terça-feira, 24 de abril de 2012
terça-feira, 17 de abril de 2012
Wiki para a Lucimara
A partir de hoje, 17 de abril, a estudante Lucimara tem a sua disposição mais uma ferramenta para auxílio nas atividades cotidianas da escola.
Criamos a wiki - lucimaramoura, onde ela poderá interagir com professores e colegas para um melhor entendimento das diferentes atividades propostas à turma e para auxílio na sua aprendizagem.
Inmicialmente a professora Márcia vem trabalhando com ela sobre a obra "O Guarani" de José de Alencar.
A estudante, juntamente com a professora, pesquisaramn e postaram um rápido comentário sobre a obra e seus personagens e também disponibilizamos dois vídeos do youtube para facilitar a compreensão.
Bom trabalho a todos e a todas!
quarta-feira, 7 de março de 2012
Atividade Física para Deficientes Auditivos
Milena
Dutra
Professora com alunos: ouvinte e deficiente auditivo
Segundo o Instituto Nacional de Educação de Surdos:
A deficiência auditiva traz algumas limitações para
o desenvolvimento do indivíduo, uma vez que a audição é essencial para a
aquisição da língua oral.
Inicialmente,
a surdez interfere no relacionamento da mãe com o filho e cria lacunas nos
processos psicológicos de integração de experiências que irão afetar em maior
ou menor grau, a capacidade normal de desenvolvimento do indivíduo. Embora não
se tenha uma estatística geral, é grande a incidência de casos de surdez.
O Censo
Escolar/2004 computou 62.325 crianças surdas matriculadas nas escolas de todo o
país. Esse fato trouxe a necessidade de preparar os professores para atender,
de forma adequada, essa população.
O
objetivo deste texto é, portanto, fornecer informações básicas sobre a audição,
a deficiência e o deficiente auditivo, para facilitar a intervenção do
professor de Educação Física, nas turmas onde estiverem incluídos alunos
surdos.
Audição:
É o
sentido por meio do qual se percebem os sons. O processo normal da audição
inicia com a captação de ondas sonoras pela orelha externa e prossegue através
da condução dessas ondas pela orelha média. Ao chegar à orelha interna, as
ondas sonoras são transformadas em impulsos elétricos, que são enviados ao
cérebro. No cérebro se dá a decodificação dos sons, o que caracteriza audição
propriamente dita.
O som
possui características que influem na audição. Uma delas é a sua capacidade de
se propagar nos meios gasoso, líquido ou sólido. Essa propagação se dá sob a
forma de ondas, provocando uma vibração tal que é capaz de ser transmitida para
o cérebro através do ouvido (meio gasoso / ar) e do corpo como um todo (meio
sólido / ossos). Outras características que influenciam diretamente na
qualidade da audição são a intensidade e a freqüência. A intensidade é
determinada pela amplitude da onda sonora, refere-se ao volume do som e é o que
permite distinguir um som forte de um som fraco. É medida em decibéis (dB).
A
freqüência varia de acordo com a quantidade de ondas emitidas em um determinado
espaço de tempo e é o que faz com que um som seja alto (agudo) ou baixo
(grave). É medida em Hertz (Hz) ou Ciclos por Segundo. Assim sendo, a
capacidade de ouvir determinados sons vai depender da conjugação entre o grau
de perda em decibéis e as freqüências preservadas na orelha interna.
É através
do cruzamento dessas duas informações que se obtém o resultado da audiometria,
que é o exame que determina o grau de audição das pessoas.
Deficiência
Auditiva:
Essa
expressão sugere a diminuição ou a ausência da capacidade para ouvir
determinados sons, devido a fatores que afetem quaisquer das partes do aparelho
auditivo. A Política Nacional de Educação Especial define a deficiência
auditiva como sendo a “perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da
capacidade de compreender a fala através do ouvido” (BRASIL, 1994).
Essa
definição permite concluir que:
1)
Existem diferentes graus de perda auditiva;
2) A
surdez pode ocorrer em diferentes fases do desenvolvimento;
3) A sua
pior conseqüência é a impossibilidade de ouvir a voz humana (fala).
Dependendo
da época da instalação da deficiência e do grau da perda auditiva, o indivíduo
pode ter dificuldades no relacionamento, na comunicação, na compreensão de
conceitos e regras e na apreensão de conhecimentos através dos meios mais
comuns (a língua oral e textos)
No padrão
normal de audição, o limiar de audibilidade vai até 25 dB em todas as
freqüências do espectro sonoro (entre 250 e 8000 Hz).
Já a
classificação do grau de perda, segundo o Padrão ANSI (1969), é a seguinte:
Audição
normal 0 a 25 dB
Deficiência
leve 26 a 40 dB
Deficiência
moderada 41 a 55 dB
Deficiência
acentuada 56 a 70 dB
Deficiência
severa 71 a 90 dB
Deficiência
profunda Acima de 90 dB
A perda
leve permite ouvir os sons, desde que estejam um pouco mais intensos. Na perda
moderada há a necessidade de se repetir algumas vezes o que foi dito, dificuldade
de falar ao telefone, com a possibilidade de troca da palavra ouvida por outra
foneticamente semelhante (pato/gato, cão/não, céu/mel). A perda acentuada não
permite ouvir o telefone, a campainha e a televisão, tornando necessário o
apoio visual para a compreensão da fala. A perda severa permite escutar sons
fortes, como os de caminhão, avião, serra elétrica, mas não permite ouvir a voz
humana sem amplificação. Na perda profunda só são audíveis sons graves que
produzam vibração (trovão, avião).
Assim
sendo, se uma criança já nasce com ou adquire uma surdez severa ou profunda
antes de ter acesso à língua oral de sua comunidade, vai ter muitas
dificuldades de se integrar ao “mundo dos ouvintes”. Embora seja absolutamente
necessário dominar a língua de sua comunidade, mesmo que somente na modalidade
escrita, sabe-se que a língua de mais fácil acesso para os surdos é a de
sinais. É por meio dela que esses indivíduos constroem sua identidade e
desenvolvem-se nos aspectos afetivo, cognitivo e social.
Logo,
faz-se necessário que, desde cedo, a criança surda seja exposta a esta língua e
que a família e a escola a utilizem como meio de comunicação e instrução. No
Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é reconhecida como meio legal de
comunicação e expressão dos surdos pela Lei nº. 10.436, de 2002. Apesar disso,
em seu parágrafo único, a referida lei reza que a LIBRAS não poderá substituir
a modalidade escrita da língua portuguesa. Desta forma, não só é assegurado ao
surdo ouso da língua de sinais, como é exigido dos sistemas educacionais o
ensino, tanto da LIBRAS, quanto do português escrito.
Alfabeto em libras A
inclusão de crianças surdas na rede regular vai gerar a necessidade do
aprendizado da LIBRAS pelo restante da comunidade escolar. As línguas orais e
as de sinais possuem estruturas completamente diferentes-uma é de modalidade
oral-auditiva e a outra de modalidades espaço-visual - e a língua oral,
principalmente na forma escrita, é muito mais complexa que a de sinais, o que
dificulta o seu aprendizado por parte dos surdos que usam a LIBRAS.
Alfabeto em Libras |
No
entanto, a experiência tem demonstrado que os surdos que estudam em escolas
regulares possuem leitura mais eficiente, o que influencia na escrita e na sua
integração com a comunidade.
Atividade
Física para Surdos:
A surdez
afeta apenas o aparelho auditivo, não trazendo nenhum outro prejuízo, além dos
já citados. Desta forma, o desenvolvimento motor de crianças surdas costuma
seguir os padrões de normalidade, não havendo, portanto, nenhuma restrição à
prática de atividade física. Quando a surdez é acompanhada de outra deficiência
ou de algum outro comprometimento, as possíveis restrições estarão relacionadas
a esses(s) outro(s) problema(s).
A escolha
de atividades físicas para pessoas surdas deve respeitar os mesmos critérios
usados para a seleção de atividades para crianças sem deficiência (condições de
saúde, faixa etária, condicionamento físico, interesse etc.).
As
atividades aeróbicas são muito importantes, pois as crianças que não se
utilizam da fala costumam ter uma respiração “curta”, isto é, não enchem
completamente os pulmões deixando, com isto, de expandir a caixa torácica e de
exercitar os músculos envolvidos na respiração. Assim sendo, além de todos os
benefícios cardiovasculares já conhecidos, no caso dos surdos, as atividades
aeróbicas também podem contribuir, indiretamente, para o aprendizado da emissão
de sons da fala.
Os surdos
podem praticar qualquer tipo de esporte e de atividade rítmica. No caso dos
esportes, não há necessidade de qualquer adaptação na forma de ensinar,
conduzir ou arbitrar. Tampouco há adaptações nas regras de cada modalidade. Já
as atividades rítmicas, se envolverem coreografia, costumam demandar um pouco
mais de tempo de treinamento, devido à necessidade de internalizar o tempo e o
andamento da execução dos movimentos sem o auxílio de uma trilha sonora (mesmo
com boa amplificação os surdos não conseguem perceber a maior parte das nuances
de uma música).
Estratégias
de ensino:
Sinais
visuais à Cartelas coloridas ou bandeiras podem substituir comandos de voz;
figuras podem indicar o movimento a ser feito; números podem evidenciar
seqüências de atividades, ou a repetição de uma atividade já realizada, ou o
número da tarefa a ser executada, ou a quantidades de crianças que devem se
agrupar.· Demonstração, o professor costuma ser o modelo, mas é possível
solicitar que os próprios alunos façam demonstrações.
Orientações
ao Professor
1 - Com
relação ao relacionamento:· Enxergar mais a criança que a deficiência;·
Considerar as limitações, mas enfatizar as capacidades;· Estar informado sobre
a etiologia, o local e a gravidade da surdez;· Ser paciente e acolhedor, sem
deixar de estabelecer limites.
2 - Com
relação à comunicação:· Falar de frente, em velocidade normal, quando a criança
estiver olhando;· Usar frases curtas e simples, mas corretas;· Usar gestos, se
necessário, e esforçar-se para entender os gestos das crianças;· Recorrer a
outras formas de comunicação (desenho, escrita, mímica), sempre que for necessário;·
Aprender LIBRAS;· Não misturar a LIBRAS com o Português.
3 - Com
relação à prótese auditiva (quando houver):· Não mergulhar na água, nem
molhar;· Não permitir o uso durante lutas ou acrobacias;· Incentivar o uso
durante atividades rítmicas (exceto dentro d’água);· Se o molde estiver pequeno
para a orelha da criança, retirar antes de qualquer atividade física;· Guardar
os aparelhos em local seguro para que não se quebrem ou se misturem.
Considerações
Finais
Incluir
alguém em um grupo é dar-lhe condições para que possa participar ativamente das
idéias e atividades do mesmo. Sabe-se que as escolas regulares ainda não estão
suficientemente preparadas para receber e propiciar uma inclusão real das
crianças surdas, mas isto precisa mudar.Para tanto, é preciso que toda a
comunidade escolar se abra para essa nova experiência,pois, com a troca, todos
têm a ganhar.
As aulas
de educação física podem ser momentos e espaços privilegiados para iniciar uma
mudança de comportamento dentro da escola. O papel do professor em todo esse
processo é primordial e deve ser assumido com responsabilidade. Existem,
atualmente, muitas fontes de informação disponíveis (instituições, internet,
livros, periódicos), mas, mais do que isso, é preciso que haja o reconhecimento
do direito de TODAS as crianças de participar das aulas de educação física e
demais atividades escolares.
Bibliografia
BRASIL.
Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial: livro
1/MEC/SEESP. - Brasília: a Secretaria, 1994.
BRASIL. Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional.
BRASIL.
Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de
Sinais - LIBRAS e dá outras providências.
CAPITONI,
C. B. Na Prática da Educação Física Escolar: A Concepção da Cultura Corporal
Aliada à Teoria Sócio-Histórica - Uma Possibilidade. Revista Espaço, nº11.
INES: Rio de Janeiro, 1999.
CERVELLINI,
N. G.H. A Criança Deficiente Auditiva e suas Reações à Música. São Paulo:
Moraes, 1986.
FERNANDES,
E. Linguagem e Surdez. Porto Alegre: Artmed, 2003. INES. Série Audiologia.
Edição Revisada, Rio de Janeiro: Autor, 2003.
SANTOS
FILHA, D.A. A Linguagem de Crianças Deficientes Auditivas do INES: um estudo
avaliativo (Dissertação de Mestrado). UFRJ: Rio de Janeiro, 1996.
SANTOS
FILHA, D.A. Ginástica Rítmica Desportiva na Aquisição da Linguagem de Crianças
Deficientes Auditivas. (Especialização). IBMR: Rio de Janeiro, 1990.
SOARES,
M. L. A. A Educação do Surdo no Brasil. 2ª Ed. Campinas: Autores Associados,
2005.
SOLER, R.
Educação Física Inclusiva: em busca de uma escola plural. Rio de Janeiro:
Sprint, 2005.
SOUZA, A.
Mª. C. A Criança Especial. Roca: São Paulo, 2003.
REDONDO, Mª. C. F. & CARVALHO, J.M.
Deficiência Auditiva. Caderno da TV Escola, Vol. 1. MEC: Brasília, 2001. SILVA,
D. N. H. Como Brincam as Crianças Surdas. Plexus: São Paulo, 2002.
Saiba o que ajuda na comunicação com quem não ouve
Milena Dutra
Comunicar-se com quem não ouve exige, primeiro, o
conhecimento das suas especificidades de comunicação. Os surdos não são iguais:
alguns fazem leitura labial muito bem, outros só sabem comunicar-se por sinais,
e outros se comunicam das duas formas.
Gritar é
uma atitude inadequada ao extremo e também a mais típica entre ouvintes
desavisados quando tentam comunicar-se com um surdo. A tática é ineficaz e,
muitas vezes, causa constrangimento por ser interpretada pelo surdo como uma
ofensa a ele.
Outro
erro é falar de maneira muito vagarosa, repetindo a frase várias vezes, abrindo
e fechando a boca exageradamente, com a intenção de facilitar a leitura labial.
É um engano pensar que essa tática ajuda.
O surdo,
até mesmo o oralizado, pode não ter um vocabulário extenso. Portanto fale
normalmente e, se perceber que ele não entendeu, use um sinônimo. (Em vez de
automóvel, fale carro, por exemplo).
Manter o
rosto voltado para o surdo quando estiver falando com ele é imprescindível. Não
apenas para deixar os lábios visíveis. A comunicação com um deficiente auditivo
usa todas as outras pistas que ajudam nesse processo, como a expressão facial.
“Por isso é comum falarem que o surdo fica olhando de maneira diferente o rosto
das pessoas”.
Ao se comunicar com um surdo, não espere que ele seja mudo. Lembre-se de que todos têm cordas vocais e podem desenvolver a fala se treinarem.
Ao se comunicar com um surdo, não espere que ele seja mudo. Lembre-se de que todos têm cordas vocais e podem desenvolver a fala se treinarem.
Para quem
não ouve, a expressão facial ajuda a captar sutilezas da comunicação
transmitidas pela voz, como o tom irônico de uma frase, por exemplo. E atenção:
pela expressão facial, dizem as fonoaudiólogas, os surdos costumam perceber com
facilidade quando alguém está falando alguma coisa “da boca para fora”, por
exemplo. “A expressão denuncia certos sentimentos”.
Atividades para Deficientes Auditivos
Milena Dutra
Características do Desenvolvimento do Deficiente Auditivo
O desenvolvimento completo de um indivíduo está muito relacionado com o
desenvolvimento dos sistemas sensorial e perceptivo, pois é através desses
sistemas que os estímulos ambientais são transmitidos ao indivíduo. Quando
ocorre algum impedimento em um desses sistemas, o desenvolvimento do indivíduo
pode vir a ser prejudicado devido à dificuldade de interagir com o ambiente.
No caso do deficiente auditivo, as suas características especiais
(físicas, psicomotoras e cognitivas) estão associadas ao “início da surdez,
etiologia, localização da lesão e quantidade e qualidade dos estímulos ambientais
que a criança é exposta” (Pedrinelli & Teixeira, 1994). É importante o
diagnóstico precoce da surdez, possível a partir do 5º mês de gestação, para
que sejam proporcionados estímulos adequados para o completo desenvolvimento do
indivíduo.
Aspectos cognitivos e emocionais
Segundo Vygotsky (1993), o maior desafio para o deficiente auditivo no
campo intelectual é a “formação de conceitos, generalizações e abstrações” por
envolverem comportamentos verbais, sendo mais importante para eles a memória
visual.
Ainda segundo os autores, o deficiente auditivo pode apresentar certos
problemas de comportamento como:
- Relutância em manter contato com pessoas
estranhas;
- Relutância em mostrar o aparelho auditivo,
tentando esconder a deficiência, principalmente em adolescentes;
- Concretismo na análise da realidade;
- Rigidez de pensamento;
- Imaturidade em relação ao ajustamento social;
- Tendência para o isolamento social dos
ouvintes;
- Ansiedade;
- Capacidade de concentração reduzida.
A imagem corporal e o autoconceito também podem ser influenciados pela
surdez. Isso porque são formados através de experiências oriundas do sistema
vestibular, sinestésicos e tátil. “Quando a criança amadurece e começa a dar
significado às informações visuais e verbais é que a imagem corporal e o
autoconceito são afetados por estes sistemas. Normalmente esta mudança começa
entre sete e oito anos. As crianças com deficiência visual e auditiva têm um
grande impacto nessa mudança” (Pedrinelli & Teixeira, 1994).
Aspectos físicos e motores
Os
diversos tipos determinam quais serão as necessidades e as limitações a serem
trabalhadas com o deficiente auditivo. Muitos apresentam certo grau de retardo
no desenvolvimento motor se comparado com crianças ouvintes, mas estudos
mostram que este fato está muito mais relacionado com o estímulo oferecido ao
indivíduo do que a uma característica da surdez.
No mundo
dos ouvintes, a grande maioria dos estímulos é oferecida de maneira verbal, não
sendo eficientes com os surdos. Por isso, quanto mais cedo a surdez for
diagnosticada, melhor será o desenvolvimento físico do indivíduo surdo, uma vez
que os estímulos serão fornecidos de maneira adequada.
Um bom
desenvolvimento físico e motor é muito importante ao deficiente auditivo, pois
é “através do corpo que mais freqüentemente experimentam situações de sucesso,
tornando-se um recurso de comunicação e interação social sem comparação”.
Esporte
e deficiência auditiva
As
modalidades especiais para deficientes auditivos visam atender muito mais a
necessidades sociais e de comunicação do que condições físicas. A procura por
este tipo de esporte deve-se, segundo Pedrinelli & Teixeira (1994), a:
-
Atividades negativas para com a surdez por parte dos ouvintes que os rodeiam;
-
Ênfase na fala como única forma de expressão por parte dos ouvintes, o que
dificulta a comunicação.
Dança
música e deficiência auditiva
Ao
contrário do que muitas pessoas pensam, é possível trabalhar música com
deficientes auditivos, sendo eles capazes de “responder a ela através da dança
e da expressão corporal. De forma adequada a cada ritmo e de maneira intensa e
alegre” (Pedrinelli & Teixiera, 1994).
O
trabalho com a música pode ter dois objetivos: a música por si só ou ainda fins
terapêuticos (enriquecimento do vocabulário, melhoria da auto-imagem,
estimulação da leitura labial, desenvolver ritmicidade na fala e introdução ao
mundo sonoro).
Para
tanto, a criança deve ser estimulada a “descobrir e a perceber as vibrações
sonoras através de todo o seu corpo (tocar instrumentos, realizar movimentos
rítmicos com o corpo, palmas, etc)” (Pedrinelli & Teixeira, 1994).
Assistam a este filme:Filhos do Silêncio, sobre deficiência Auditiva |
“A
utilização de música e dança não deve ter o intuito de ‘normalizar’ a criança
com dificuldade de comunicação verbal, preconizando essencialmente a sua
oralização. O ser humano como sistema complexo apresenta uma infinidade de
aspectos que devem ser abordados. Assim, o mais importante é promover o seu
bem-estar, auxiliar sua auto-aceitação e auto-valoração, a reconhecer suas
limitações e tirar o máximo de proveito de suas infinitas
potencialidades” (Pedrinelli & Teixeira, 1994).
Relacionamento
professor X aluno deficiente auditivo
Pedrinelli
& Teixeira (1994) descrevem alguns pontos que devem ser observados quando
em uma aula na qual haja deficientes auditivos:
-
Enxergar a criança mais do que a deficiência;
-
Considerar as limitações, mas enfatizar as capacidades;
-
Estar informado sobre a etiologia, local e gravidade da lesão;
-
Procurar ajuda da família ou mesmo de outros profissionais envolvidos com a
criança, se for necessário esclarecer algumas dúvidas;
-
Manter-se frente ao aluno quando estiver falando;
-
Usar todos os recursos possíveis para comunicar-se procurando certificar-se de
que o aluno compreendeu a mensagem;
-
Não mudar constantemente as regras de uma determinada atividade;
-
Não articular exageradamente as palavras;
-
Substituir as pistas sonoras por visuais, se necessário.
Exemplo
de atividade Rítmica:
- Objetivos da atividade:
Desenvolver noções de ritmo e coordenação motora global;
- Objetivos do grupo:
Demonstrar a utilização da linguagem gestual, de sinais (libras) e cores
para a comunicação com os alunos deficientes auditivos;
Posicionamento do professor perante a classe.
- Descrição da atividade:
No primeiro momento, os alunos estarão dispostos em círculo e, parados,
deverão bater bola no ritmo estipulado pelo professor;
Num segundo momento, os alunos deverão andar em círculo em volta do
professor, batendo a bola de acordo com o ritmo do próprio andar;
Num terceiro momento, os alunos deverão observar as cores e os números
indicados pelo professor para formarem grupos durante a execução da atividade.
· Bola vermelha – Pare!
· Bola amarela – Ande!
· Bola verde – Corra!
Exemplo: se o professor levantar a bola
amarela e fizer o número 2, os alunos deverão andar em duplas.
- Estratégias:
Estilo de ensino: tarefa.
Organização da turma: em círculo, formando grupos de acordo com as
ordens do professor.
Estratégia de comunicação: leitura labial, gestos, libras e cores.
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