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terça-feira, 17 de abril de 2012

Wiki para a Lucimara

A partir de hoje, 17 de abril, a estudante Lucimara tem a sua disposição mais uma ferramenta para auxílio nas atividades cotidianas da escola.
Criamos a wiki - lucimaramoura, onde ela poderá interagir com professores e colegas para um melhor entendimento das diferentes atividades propostas à turma e para auxílio na sua aprendizagem.
Inmicialmente a professora Márcia vem trabalhando com ela sobre a obra "O Guarani" de José de Alencar.
A estudante, juntamente com a professora, pesquisaramn e postaram um rápido comentário sobre a obra e seus personagens e também disponibilizamos dois vídeos do youtube para facilitar a compreensão.
Bom trabalho a todos e a todas!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Atividade Física para Deficientes Auditivos

Publicado no dia 16/12/2009 com o(s) assunto(s) Deficiência Auditiva

Milena Dutra

Professora com alunos: ouvinte e deficiente auditivo
Segundo o Instituto Nacional de Educação de Surdos:
A deficiência auditiva traz algumas limitações para o desenvolvimento do indivíduo, uma vez que a audição é essencial para a aquisição da língua oral.

Inicialmente, a surdez interfere no relacionamento da mãe com o filho e cria lacunas nos processos psicológicos de integração de experiências que irão afetar em maior ou menor grau, a capacidade normal de desenvolvimento do indivíduo. Embora não se tenha uma estatística geral, é grande a incidência de casos de surdez.

O Censo Escolar/2004 computou 62.325 crianças surdas matriculadas nas escolas de todo o país. Esse fato trouxe a necessidade de preparar os professores para atender, de forma adequada, essa população.

O objetivo deste texto é, portanto, fornecer informações básicas sobre a audição, a deficiência e o deficiente auditivo, para facilitar a intervenção do professor de Educação Física, nas turmas onde estiverem incluídos alunos surdos.

Audição:

É o sentido por meio do qual se percebem os sons. O processo normal da audição inicia com a captação de ondas sonoras pela orelha externa e prossegue através da condução dessas ondas pela orelha média. Ao chegar à orelha interna, as ondas sonoras são transformadas em impulsos elétricos, que são enviados ao cérebro. No cérebro se dá a decodificação dos sons, o que caracteriza audição propriamente dita.

O som possui características que influem na audição. Uma delas é a sua capacidade de se propagar nos meios gasoso, líquido ou sólido. Essa propagação se dá sob a forma de ondas, provocando uma vibração tal que é capaz de ser transmitida para o cérebro através do ouvido (meio gasoso / ar) e do corpo como um todo (meio sólido / ossos). Outras características que influenciam diretamente na qualidade da audição são a intensidade e a freqüência. A intensidade é determinada pela amplitude da onda sonora, refere-se ao volume do som e é o que permite distinguir um som forte de um som fraco. É medida em decibéis (dB).

A freqüência varia de acordo com a quantidade de ondas emitidas em um determinado espaço de tempo e é o que faz com que um som seja alto (agudo) ou baixo (grave). É medida em Hertz (Hz) ou Ciclos por Segundo. Assim sendo, a capacidade de ouvir determinados sons vai depender da conjugação entre o grau de perda em decibéis e as freqüências preservadas na orelha interna.

É através do cruzamento dessas duas informações que se obtém o resultado da audiometria, que é o exame que determina o grau de audição das pessoas.

Deficiência Auditiva:

Essa expressão sugere a diminuição ou a ausência da capacidade para ouvir determinados sons, devido a fatores que afetem quaisquer das partes do aparelho auditivo. A Política Nacional de Educação Especial define a deficiência auditiva como sendo a “perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala através do ouvido” (BRASIL, 1994).

Essa definição permite concluir que:

1) Existem diferentes graus de perda auditiva;
2) A surdez pode ocorrer em diferentes fases do desenvolvimento;
3) A sua pior conseqüência é a impossibilidade de ouvir a voz humana (fala).

Dependendo da época da instalação da deficiência e do grau da perda auditiva, o indivíduo pode ter dificuldades no relacionamento, na comunicação, na compreensão de conceitos e regras e na apreensão de conhecimentos através dos meios mais comuns (a língua oral e textos)

No padrão normal de audição, o limiar de audibilidade vai até 25 dB em todas as freqüências do espectro sonoro (entre 250 e 8000 Hz).

Já a classificação do grau de perda, segundo o Padrão ANSI (1969), é a seguinte:

Audição normal 0 a 25 dB
Deficiência leve 26 a 40 dB
Deficiência moderada 41 a 55 dB
Deficiência acentuada 56 a 70 dB
Deficiência severa 71 a 90 dB
Deficiência profunda Acima de 90 dB

A perda leve permite ouvir os sons, desde que estejam um pouco mais intensos. Na perda moderada há a necessidade de se repetir algumas vezes o que foi dito, dificuldade de falar ao telefone, com a possibilidade de troca da palavra ouvida por outra foneticamente semelhante (pato/gato, cão/não, céu/mel). A perda acentuada não permite ouvir o telefone, a campainha e a televisão, tornando necessário o apoio visual para a compreensão da fala. A perda severa permite escutar sons fortes, como os de caminhão, avião, serra elétrica, mas não permite ouvir a voz humana sem amplificação. Na perda profunda só são audíveis sons graves que produzam vibração (trovão, avião).

Assim sendo, se uma criança já nasce com ou adquire uma surdez severa ou profunda antes de ter acesso à língua oral de sua comunidade, vai ter muitas dificuldades de se integrar ao “mundo dos ouvintes”. Embora seja absolutamente necessário dominar a língua de sua comunidade, mesmo que somente na modalidade escrita, sabe-se que a língua de mais fácil acesso para os surdos é a de sinais. É por meio dela que esses indivíduos constroem sua identidade e desenvolvem-se nos aspectos afetivo, cognitivo e social.

Logo, faz-se necessário que, desde cedo, a criança surda seja exposta a esta língua e que a família e a escola a utilizem como meio de comunicação e instrução. No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão dos surdos pela Lei nº. 10.436, de 2002. Apesar disso, em seu parágrafo único, a referida lei reza que a LIBRAS não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa. Desta forma, não só é assegurado ao surdo ouso da língua de sinais, como é exigido dos sistemas educacionais o ensino, tanto da LIBRAS, quanto do português escrito.


Alfabeto
em Libras
Alfabeto em libras A inclusão de crianças surdas na rede regular vai gerar a necessidade do aprendizado da LIBRAS pelo restante da comunidade escolar. As línguas orais e as de sinais possuem estruturas completamente diferentes-uma é de modalidade oral-auditiva e a outra de modalidades espaço-visual - e a língua oral, principalmente na forma escrita, é muito mais complexa que a de sinais, o que dificulta o seu aprendizado por parte dos surdos que usam a LIBRAS.

No entanto, a experiência tem demonstrado que os surdos que estudam em escolas regulares possuem leitura mais eficiente, o que influencia na escrita e na sua integração com a comunidade.

Atividade Física para Surdos:

A surdez afeta apenas o aparelho auditivo, não trazendo nenhum outro prejuízo, além dos já citados. Desta forma, o desenvolvimento motor de crianças surdas costuma seguir os padrões de normalidade, não havendo, portanto, nenhuma restrição à prática de atividade física. Quando a surdez é acompanhada de outra deficiência ou de algum outro comprometimento, as possíveis restrições estarão relacionadas a esses(s) outro(s) problema(s).

A escolha de atividades físicas para pessoas surdas deve respeitar os mesmos critérios usados para a seleção de atividades para crianças sem deficiência (condições de saúde, faixa etária, condicionamento físico, interesse etc.).

As atividades aeróbicas são muito importantes, pois as crianças que não se utilizam da fala costumam ter uma respiração “curta”, isto é, não enchem completamente os pulmões deixando, com isto, de expandir a caixa torácica e de exercitar os músculos envolvidos na respiração. Assim sendo, além de todos os benefícios cardiovasculares já conhecidos, no caso dos surdos, as atividades aeróbicas também podem contribuir, indiretamente, para o aprendizado da emissão de sons da fala.

Os surdos podem praticar qualquer tipo de esporte e de atividade rítmica. No caso dos esportes, não há necessidade de qualquer adaptação na forma de ensinar, conduzir ou arbitrar. Tampouco há adaptações nas regras de cada modalidade. Já as atividades rítmicas, se envolverem coreografia, costumam demandar um pouco mais de tempo de treinamento, devido à necessidade de internalizar o tempo e o andamento da execução dos movimentos sem o auxílio de uma trilha sonora (mesmo com boa amplificação os surdos não conseguem perceber a maior parte das nuances de uma música).

Estratégias de ensino:

Sinais visuais à Cartelas coloridas ou bandeiras podem substituir comandos de voz; figuras podem indicar o movimento a ser feito; números podem evidenciar seqüências de atividades, ou a repetição de uma atividade já realizada, ou o número da tarefa a ser executada, ou a quantidades de crianças que devem se agrupar.· Demonstração, o professor costuma ser o modelo, mas é possível solicitar que os próprios alunos façam demonstrações.

Orientações ao Professor

1 - Com relação ao relacionamento:· Enxergar mais a criança que a deficiência;· Considerar as limitações, mas enfatizar as capacidades;· Estar informado sobre a etiologia, o local e a gravidade da surdez;· Ser paciente e acolhedor, sem deixar de estabelecer limites.

2 - Com relação à comunicação:· Falar de frente, em velocidade normal, quando a criança estiver olhando;· Usar frases curtas e simples, mas corretas;· Usar gestos, se necessário, e esforçar-se para entender os gestos das crianças;· Recorrer a outras formas de comunicação (desenho, escrita, mímica), sempre que for necessário;· Aprender LIBRAS;· Não misturar a LIBRAS com o Português.

3 - Com relação à prótese auditiva (quando houver):· Não mergulhar na água, nem molhar;· Não permitir o uso durante lutas ou acrobacias;· Incentivar o uso durante atividades rítmicas (exceto dentro d’água);· Se o molde estiver pequeno para a orelha da criança, retirar antes de qualquer atividade física;· Guardar os aparelhos em local seguro para que não se quebrem ou se misturem.

Considerações Finais

Incluir alguém em um grupo é dar-lhe condições para que possa participar ativamente das idéias e atividades do mesmo. Sabe-se que as escolas regulares ainda não estão suficientemente preparadas para receber e propiciar uma inclusão real das crianças surdas, mas isto precisa mudar.Para tanto, é preciso que toda a comunidade escolar se abra para essa nova experiência,pois, com a troca, todos têm a ganhar.

As aulas de educação física podem ser momentos e espaços privilegiados para iniciar uma mudança de comportamento dentro da escola. O papel do professor em todo esse processo é primordial e deve ser assumido com responsabilidade. Existem, atualmente, muitas fontes de informação disponíveis (instituições, internet, livros, periódicos), mas, mais do que isso, é preciso que haja o reconhecimento do direito de TODAS as crianças de participar das aulas de educação física e demais atividades escolares.

Bibliografia

BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial: livro 1/MEC/SEESP. - Brasília: a Secretaria, 1994.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e dá outras providências.

CAPITONI, C. B. Na Prática da Educação Física Escolar: A Concepção da Cultura Corporal Aliada à Teoria Sócio-Histórica - Uma Possibilidade. Revista Espaço, nº11. INES: Rio de Janeiro, 1999.

CERVELLINI, N. G.H. A Criança Deficiente Auditiva e suas Reações à Música. São Paulo: Moraes, 1986.

FERNANDES, E. Linguagem e Surdez. Porto Alegre: Artmed, 2003. INES. Série Audiologia. Edição Revisada, Rio de Janeiro: Autor, 2003.

SANTOS FILHA, D.A. A Linguagem de Crianças Deficientes Auditivas do INES: um estudo avaliativo (Dissertação de Mestrado). UFRJ: Rio de Janeiro, 1996.

SANTOS FILHA, D.A. Ginástica Rítmica Desportiva na Aquisição da Linguagem de Crianças Deficientes Auditivas. (Especialização). IBMR: Rio de Janeiro, 1990.

SOARES, M. L. A. A Educação do Surdo no Brasil. 2ª Ed. Campinas: Autores Associados, 2005.

SOLER, R. Educação Física Inclusiva: em busca de uma escola plural. Rio de Janeiro: Sprint, 2005.

SOUZA, A. Mª. C. A Criança Especial. Roca: São Paulo, 2003.
REDONDO, Mª. C. F. & CARVALHO, J.M. Deficiência Auditiva. Caderno da TV Escola, Vol. 1. MEC: Brasília, 2001. SILVA, D. N. H. Como Brincam as Crianças Surdas. Plexus: São Paulo, 2002.

Saiba o que ajuda na comunicação com quem não ouve

Publicado no dia 16/04/2010 com o(s) assunto(s) Deficiência Auditiva

Dois meninos vestindo camiseta azul deficientes auditivos, um com a mão na orelha e outro com a mão na boca

Milena Dutra

Comunicar-se com quem não ouve exige, primeiro, o conhecimento das suas especificidades de comunicação. Os surdos não são iguais: alguns fazem leitura labial muito bem, outros só sabem comunicar-se por sinais, e outros se comunicam das duas formas.

Gritar é uma atitude inadequada ao extremo e também a mais típica entre ouvintes desavisados quando tentam comunicar-se com um surdo. A tática é ineficaz e, muitas vezes, causa constrangimento por ser interpretada pelo surdo como uma ofensa a ele.

Outro erro é falar de maneira muito vagarosa, repetindo a frase várias vezes, abrindo e fechando a boca exageradamente, com a intenção de facilitar a leitura labial. É um engano pensar que essa tática ajuda.

O surdo, até mesmo o oralizado, pode não ter um vocabulário extenso. Portanto fale normalmente e, se perceber que ele não entendeu, use um sinônimo. (Em vez de automóvel, fale carro, por exemplo).

Manter o rosto voltado para o surdo quando estiver falando com ele é imprescindível. Não apenas para deixar os lábios visíveis. A comunicação com um deficiente auditivo usa todas as outras pistas que ajudam nesse processo, como a expressão facial. “Por isso é comum falarem que o surdo fica olhando de maneira diferente o rosto das pessoas”.
Ao se comunicar com um surdo, não espere que ele seja mudo. Lembre-se de que todos têm cordas vocais e podem desenvolver a fala se treinarem.

Para quem não ouve, a expressão facial ajuda a captar sutilezas da comunicação transmitidas pela voz, como o tom irônico de uma frase, por exemplo. E atenção: pela expressão facial, dizem as fonoaudiólogas, os surdos costumam perceber com facilidade quando alguém está falando alguma coisa “da boca para fora”, por exemplo. “A expressão denuncia certos sentimentos”.

Atividades para Deficientes Auditivos

Deficiência Auditiva
Milena Dutra 



Características do Desenvolvimento do Deficiente Auditivo


O desenvolvimento completo de um indivíduo está muito relacionado com o desenvolvimento dos sistemas sensorial e perceptivo, pois é através desses sistemas que os estímulos ambientais são transmitidos ao indivíduo. Quando ocorre algum impedimento em um desses sistemas, o desenvolvimento do indivíduo pode vir a ser prejudicado devido à dificuldade de interagir com o ambiente.

No caso do deficiente auditivo, as suas características especiais (físicas, psicomotoras e cognitivas) estão associadas ao “início da surdez, etiologia, localização da lesão e quantidade e qualidade dos estímulos ambientais que a criança é exposta” (Pedrinelli & Teixeira, 1994). É importante o diagnóstico precoce da surdez, possível a partir do 5º mês de gestação, para que sejam proporcionados estímulos adequados para o completo desenvolvimento do indivíduo.

Aspectos cognitivos e emocionais


Segundo Vygotsky (1993), o maior desafio para o deficiente auditivo no campo intelectual é a “formação de conceitos, generalizações e abstrações” por envolverem comportamentos verbais, sendo mais importante para eles a memória visual.

Ainda segundo os autores, o deficiente auditivo pode apresentar certos problemas de comportamento como:

-     Relutância em manter contato com pessoas estranhas;
-     Relutância em mostrar o aparelho auditivo, tentando esconder a deficiência, principalmente em adolescentes;
-     Concretismo na análise da realidade;
-     Rigidez de pensamento;
-     Imaturidade em relação ao ajustamento social;
-     Tendência para o isolamento social dos ouvintes;
-     Ansiedade;
-     Capacidade de concentração reduzida.

A imagem corporal e o autoconceito também podem ser influenciados pela surdez. Isso porque são formados através de experiências oriundas do sistema vestibular, sinestésicos e tátil. “Quando a criança amadurece e começa a dar significado às informações visuais e verbais é que a imagem corporal e o autoconceito são afetados por estes sistemas. Normalmente esta mudança começa entre sete e oito anos. As crianças com deficiência visual e auditiva têm um grande impacto nessa mudança” (Pedrinelli & Teixeira, 1994).

Aspectos físicos e motores


Os diversos tipos determinam quais serão as necessidades e as limitações a serem trabalhadas com o deficiente auditivo. Muitos apresentam certo grau de retardo no desenvolvimento motor se comparado com crianças ouvintes, mas estudos mostram que este fato está muito mais relacionado com o estímulo oferecido ao indivíduo do que a uma característica da surdez.

No mundo dos ouvintes, a grande maioria dos estímulos é oferecida de maneira verbal, não sendo eficientes com os surdos. Por isso, quanto mais cedo a surdez for diagnosticada, melhor será o desenvolvimento físico do indivíduo surdo, uma vez que os estímulos serão fornecidos de maneira adequada.

Um bom desenvolvimento físico e motor é muito importante ao deficiente auditivo, pois é “através do corpo que mais freqüentemente experimentam situações de sucesso, tornando-se um recurso de comunicação e interação social sem comparação”.

Esporte e deficiência auditiva

As modalidades especiais para deficientes auditivos visam atender muito mais a necessidades sociais e de comunicação do que condições físicas. A procura por este tipo de esporte deve-se, segundo Pedrinelli & Teixeira (1994), a:

-     Atividades negativas para com a surdez por parte dos ouvintes que os rodeiam;
-     Ênfase na fala como única forma de expressão por parte dos ouvintes, o que dificulta a comunicação.

Dança música e deficiência auditiva

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, é possível trabalhar música com deficientes auditivos, sendo eles capazes de “responder a ela através da dança e da expressão corporal. De forma adequada a cada ritmo e de maneira intensa e alegre” (Pedrinelli & Teixiera, 1994).

O trabalho com a música pode ter dois objetivos: a música por si só ou ainda fins terapêuticos (enriquecimento do vocabulário, melhoria da auto-imagem, estimulação da leitura labial, desenvolver ritmicidade na fala e introdução ao mundo sonoro).


Assistam a este filme:Filhos do Silêncio, sobre deficiência Auditiva
Para tanto, a criança deve ser estimulada a “descobrir e a perceber as vibrações sonoras através de todo o seu corpo (tocar instrumentos, realizar movimentos rítmicos com o corpo, palmas, etc)” (Pedrinelli & Teixeira, 1994).

“A utilização de música e dança não deve ter o intuito de ‘normalizar’ a criança com dificuldade de comunicação verbal, preconizando essencialmente a sua oralização. O ser humano como sistema complexo apresenta uma infinidade de aspectos que devem ser abordados. Assim, o mais importante é promover o seu bem-estar, auxiliar sua auto-aceitação e auto-valoração, a reconhecer suas limitações e tirar o máximo de proveito de suas infinitas potencialidades”  (Pedrinelli & Teixeira, 1994).

Relacionamento professor X aluno deficiente auditivo

Pedrinelli & Teixeira (1994) descrevem alguns pontos que devem ser observados quando em uma aula na qual haja deficientes auditivos:

-     Enxergar a criança mais do que a deficiência;
-     Considerar as limitações, mas enfatizar as capacidades;
-     Estar informado sobre a etiologia, local e gravidade da lesão;
-     Procurar ajuda da família ou mesmo de outros profissionais envolvidos com a criança, se for necessário esclarecer algumas dúvidas;
-     Manter-se frente ao aluno quando estiver falando;
-     Usar todos os recursos possíveis para comunicar-se procurando certificar-se de que o aluno compreendeu a mensagem;
-     Não mudar constantemente as regras de uma determinada atividade;
-     Não articular exageradamente as palavras;
-     Substituir as pistas sonoras por visuais, se necessário.

Exemplo de atividade Rítmica:

- Objetivos da atividade:
Desenvolver noções de ritmo e coordenação motora global;

- Objetivos do grupo:
Demonstrar a utilização da linguagem gestual, de sinais (libras) e cores para a comunicação com os alunos deficientes auditivos;
Posicionamento do professor perante a classe.

- Descrição da atividade:
No primeiro momento, os alunos estarão dispostos em círculo e, parados, deverão bater bola no ritmo estipulado pelo professor;
Num segundo momento, os alunos deverão andar em círculo em volta do professor, batendo a bola de acordo com o ritmo do próprio andar;
Num terceiro momento, os alunos deverão observar as cores e os números indicados pelo professor para formarem grupos durante a execução da atividade.

· Bola vermelha – Pare!
· Bola amarela – Ande!
· Bola verde – Corra!

Exemplo: se o professor levantar a bola amarela e fizer o número 2, os alunos deverão andar em duplas.

- Estratégias:
Estilo de ensino: tarefa.
Organização da turma: em círculo, formando grupos de acordo com as ordens do professor.
Estratégia de comunicação: leitura labial, gestos, libras e cores.